Café


Era uma pequena casinha, perdida assim, no meio daquela longa avenida da cidade grande.
Era pequeno e quase não se via; o pequeno café que ali se servia.
Antigo e costumeiro; os clientes já sabiam, o mesmo café de Longeiro.
Longeiro era o dono, o fazedor e o criador. Era também um estrangeiro.
Vinha de uma terra ao longe; lá pra cima, lá pro norte. Lá do monte.
Todo dia a mesma hora; a pequena entrava, embora
em seu sabor de meninice; em seu fulgor de garotice
mal se notava; o rubor rouge na face.
Delicada ela sorria; e pra baixo do balcão já corria.
Atendia paciente; cada cliente
E ao fim de um longo dia; chegava então a alegria.
Sentava ela, o Longeiro; e na cadeira aguardava
Logo, logo, o sol ia; e a lua subia
Subiam junto os vagalume pra enfeitar; o fim da tarde e comemorar!
Cai a noite e ficam então
os vagalumes a dançar, e os dois amigos a conversar
até que de um grito ao longe a menina se assuste; e até a mãe corra de volta contente.

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