Poorquinho



pequeno porquinho.

Como é feliz, não sabe, se quer desconfia do que está por vir. Feliz em seu cadeirão, nada lhe importa, nada lhe incomoda.
Oh se soubesses! Das grandezas e baixezas que estão por vir. Das alegrias e tritezas. Que diria porquinho, se soubesse que veio, apenas para chorar, sofrer e ficar? Quereria ainda continuar? Quereria ainda ter nascido?
Os anos passaram depressa, do cadeirão a cadeira foi apenas um piscar de olhos. Da cadeira para carteira uma pequena distração. E dai para fora. Fumaça, cigarro, poeira. Enxente, inundação. Pobreza, destruição. Ora pequeno porquinho, se te contasse, se ao menos eu soubesse...

Guardaria bem no fundo, em um segredo sussurrado, as alegrias, os risos, as belezas. Tão fugazes, tão pequenos, temo que um forte olhar as faça voar. E porquinho, depois de conhecer toda tristeza e azar, que faria se te sussurra-se a beleza?
Um pequeno sopro, não mais que um abrir de labios, e apatir deles, contar-te, os amores, os abraços, os sussuros. Contaria em um segredo guardado a sete chaves, as amizades, as bagunças, as manhãs, as tardes, as noite, os invernos e verões.

Depois de tanto gritar-te tristezas, sussurrei-te belezas. E agora porquinho, que farás? Quereria nunca ter nascido? Quereria continuar apenas para em um sonho de vã esperança vislumbrar por um segundo o sussuro da beleza? Aguentaria viver em tamanha bagunça para ver as manhãs? Preferiria continuar nas estrelas ao invez de nascer?

Pequeno porquinho, não temas, pois nada te contei, é tão pequeno, que mal sabes o que te espera. Mas já pisquei os olhos, e o porquinho, não é mais tão pequeno, e na proxima distração ele já foi-se.

Sorrindo eu fico, distraida. Sei que no fundo, ele viveria uma vida aos berros de horrores, para sentir, as vezes, o sussurar de uma beleza, de uma paixão de um nada tão bom.
No fim, creio que não falo de porquinhos, mas quem poderá dizer?

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