1° dia

Com os passos vacilantes e tremulos, sai do carro.
Segurei com força a alça da bolsa, e segui em frente. Um grito animado de meus pais ecou atrás de mim. Não me virei, não conseguiria, precisa continuar em frente.
Respirei fundo e atravessei o pequeno jardim a frente do prédio. Revirei minha bolsa procurando o pequeno papel no qual anotara o sala para a qual deveria ir.
Segui pelos corredores praticamente vazis a aquela hora.
Procurava ansiosamente a sala na qual teria minha aula.
Desci e subi escada, atravessei corredores. A cada sala errada o nervosismo crescia, e alcançava todas as partes de meu corpo.
O final do último corredor começa a se aproximar. É aqui, pensava comigo, vou encontrar.
E na última sala, do último corredor, finalmente, lá estava. Sala 801.
Suspirei aliviada. Espirei o aglomerado de estudantes igualmente ansiosos. Senti-me envergonhada, timida.
Respirei fundo. Juntei toda a minha coragem. Entrei na sala.
Ao fundo da sala estavam três homens de meia idade. Deviam ter uns 50 anos. Eles conversavam calmamente, com aquele tom manso de professor. Acalmei-me. Não era nada mais que outra aula. Desci os degraus fazendo o mínino de barulho possível. Eles notaram minha presença e pararam de conversar. Olharam-me ansiosos, tanto quanto eu.
Eles sorriram e me convidaram a entrar.
Relaxei. A tensão foi toda embora. Estava segura dentro da coisa que eu mais conhecia, uma sala de aula.

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