Fronteira

Cheguei ao limite. Daqui só vejo céu e queda. O precipicio do mundo. Estou a um passo, de voar, de descer. Elevo-me ou não. Medo abate-se sobre mim. Medo de voar. Medo de cair. A beirada do precipicio é tão mais segura. Está aqui, nada vai tirá-la daqui, ela não saira daqui. Eu devo mover-me. Eu devo deixá-la. Meu medo não deixa. Não quero ultrapassar essa barreira. A incerteza de cruzar a barreira.
A fronteira está a minha frente. É apenas um passo. Nada mais que mover alguns musculos. Um simples ato. Um grande feito. Ansiedade. Incerteza. Medo. Duvida. Medo. Não o faço por medo. Sei disso. O medo é imaginário. Sei disso. Porém, como superá-lo. Fecho os olhos. Sinto o precipicio a minha frente. A grande fronteira entre o que sou e o que posso tornar-me. Imagino-me. Não tenho medo de voar. Não tenho medo de cair. Uma rachadura se forma sobre a borda. Salto.

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