O mundo gira.
A cabeça doi. Os olhos ardem. O cenário é excessivamente colorido. Cada alfinete produz o som de uma parada. A luz invade o quarto agressivamente. Estica o braço procurando um cobertor. A movimentação apenas aumenta o girar do mundo. Geme de dor. Levanta-se lutando para manter-se de pé e olhos abertos. Bambaleante tateia até a cozinha à procura de remédios. Acha um vidro. A sinistra dor impede que veja. Tomou mesmo assim. Os comprimidos descem amargos. Adoça-os com a garrafa que está ao lado. Vodka. Rasteja de volta para o sofá. Joga-se encarando o teto, esperando. Esperava a dor passar. Esperava o mundo para de girar. Esperava a força voltar. Sentia o inchaço diminuir. E a dor querer começar a passar. Já até conseguia manter o olho aberto. Esticou-se para a mesinha. Repousavam ali o maço e o isqueiro, ambos adormecidos. Cansados de dormir, eles queriam acordar. Apoia frouxamente o cigarro no canto da boca. As mãos tremulas e aflitas riscam o isqueiro. A chama tremeluz com o vento, com a fraqueza. A brasa acende-se timida. Traga necessitadamente. Incitada ela cresce, fortalece. A fumaça enche o ar a sua volta. O cheiro caracteristico reafirma-se. Anestesia-se com um outro trago, com outro gole. Volta a noite anterior. A luz baixa e delirante. A música pulsante. A dança sensual. A solidão prolongada fez o resto. Ou melhor, fez o final. Entrou em um turbilhão frenetico. O constante apelo. O desejo latente. O prazer rapido e satisfatório. Nada de muitas palavras. Quase sem conversa. Só o fisico importava. Ambos sabiam disso. Ambos gostavam disso. Ambos queriam isso. Vestiu-se e partiu. Nada foi dito. Havia um acordo mudo entre eles. Desceu a rua. Parou um taxi. Murmurou seu endereço. Cambaleou escada a cima. Caiu no sofá. Dormiu. E agora o arrependimento começava a rondar. Péssimo habito que havia adquirido. Deixava-se levar pelos ambientes, pelos desejos. Para nas manhãs seguintes arrepender-se. O prazer proporcionava-lhe uma alegria instantânea. O arrependimento sutilmente minava-lhe tudo. Era estranhamente masoquista. Precisava sentir aquilo. A partida, tempos atrás, fora traumática. A sua partida fora traumática. Tão traumática que não suportou, matou-se. O fato gravou-se em sua mente. Não superou sua morte. Não superou ser a causa da morte. A melancolia tragica abalou sua vida. Impunha-se naquela situação. Aflingia-se para desculpar-se. Jamais admitira isso, porém. Levantou-se e foi para o banheiro. Tinha que tomar um banho. Seu ciclo masoquista deveria recomeçar.
Bahhh amorrr !!
ResponderExcluirnem te flo cm qm se parece ter essas ressacas aew !!! eh daí pra pior !!! mais o texto tah Foda!!!!
bjuh ;**
Robertoo !!